O Diabetes Mellitus é uma doença metabólica que interfere no metabolismo da glicose e causa a falta ou má absorção de insulina, hormônio produzido pelo pâncreas e cuja função é quebrar as moléculas de glicose para transformá-las em energia a fim de que seja aproveitada por todas as células. Esta associada a complicações especialmente em olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sanguíneos.
Segundo estatísticas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), é estimado que 11% da população (algo em torno de cinco milhões de pessoas) com idade igual ou superior a 40 anos seja portadora de Diabetes Mellitus.
O portador da doença pode sofrer de insuficiência renal, cegueira e doença cardiovascular, com alto índice de óbito, além de ser a causa mais comum de amputações de membros inferiores de origem não-traumática. Desta forma, as úlceras de pés e as amputações de extremidades, comumente chamado de pé-diabético, são complicações graves que geram altos custos financeiros para a família, para o paciente e para a sociedade (muitas das vezes, o individuo com pé-diabético perde a capacidade produtiva de trabalhar, requerendo a aposentadoria precoce por invalidez), e leva a morte precoce do paciente. Além disso, custos não contabilizados como dor e ansiedade geram baixa qualidade de vida para estes pacientes.
Diante deste quadro, para o tratamento do das lesões consequentes do pé diabético, a oxigenoterapia hiperbárica auxilia na redução das complicações do Diabetes Mellitus nas extremidades dos membros inferiores.
Baseada no aumento do oxigênio no sangue, a oxigenoterapia hiperbárica é realizada em uma câmara pressurizada, local em que o paciente respira através de uma máscara oxigênio 100% puro, que gera um efeito sistêmico (no organismo todo), estimulando os fibroblastos (células de cicatrização) e os leucócitos (células de defesa), otimizando o efeito de antibióticos e favorecendo a neovascularização (geração de novos vasos) ao redor da lesão.
Com a oxigenoterapia hiperbárica, estimula-se a cicatrização de úlceras que reduzem a incidência de amputações, facilitando a adaptação de próteses caso sejam indicadas ao paciente futuramente.
Larissa Passerotti, médica hiperbarista e nefro-pediatra